Em silêncio rasgas os pés.
Aprendeste agora a andar lentamente.
Escutas o som do Deserto.
As tuas vestes estão rasgadas.
Tem sido longa a Viagem.
Buscas a Lua,
mas a noite está escura.
As ilusões estão perdidas.
Já não há Musas inspiradas.
Resta-te um Livro
que,
religiosamente guardas.
Caminhas entre as dunas do destino,
sem bússola que te oriente
e perguntas a Deus ou ao Diabo.
Quem é culpado?
Nem um som.
Nenhuma resposta.
E perdido no Nada caminhas,
carregando as feridas no coração.
Como poeira no Vento,
caminhas cansado.
De repente…..
O desabrochar de uma Flor,
um Poço com Àgua…
Palmeiras….. Um Oásis.
E , no calendário da Vida
Um novo Palco.
Deus ou o Diabo?
Quem foi que respondeu?
Nunca o saberás.
Há um murmúrio de Vida naquela Àgua.
Há uma nova danças de cores no teu Peito.
Soltam-se cordas de violino,
numa música, numa sinfonia,
que te endoidece de prazer.
Segredos de um velho Piano,
viajando dentro de Ti.
Reparas agora!
È noite de Luar.
E ali estou Eu….
Ofertando-te a minha nudez.
Vasculho em teu Corpo
Amor e Oblação.
Fazes-me Rainha.
Sou o barro das tuas Tentações
e conquistas a plenitude do meu Ser.
Agora, podes voltar a caminhar.
Sei que de novo ferirás os pés.
Mas……
Haverá sempre o Oásis.
Maria Antonieta Girão Fevereiro