terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Bons Pais dão presentes, os pais brilhantes dão o seu próprio ser.

Os bons pais atendem, dentro das suas possibilidades económicas, os desejos dos seus filhos. Fazem festas de aniversário, compram ténis, roupa, produtos electrónicos, proporcionam viagens. Os pais brilhantes dão algo incomparavelmente mais valioso aos filhos. Algo que todo o dinheiro do mundo não pode comprar: o seu ser, a sua história, as suas experiências, as suas lágrimas, o seu tempo.
Os pais brilhantes, quando podem, dão presentes materiais aos seus filhos, mas não os estimulam a ser consumistas, pois sabem que o consumismo pode esmagar a estabilidade emocional, geral tensão e prazeres superficiais.
Os pais que vivem em função de dar presentes aos seus filhos são lembrados por um momento. Os pais que se preocupam em dar a sua história aos seus filhos tornam-se inesquecíveis.
Você quer ser um pai ou uma mãe brilhante? Tenha a coragem de falar sobre os dias mais tristes da sua vida com os seus filhos. Tenha a ousadia de contar as suas dificuldades do passado, fale das suas aventuras, dos seus sonhos e dos momentos mais alegres da sua existência. Humanize-se. Transforme a relação com os seus filhos numa aventura. Tenha consciência de que educar é cada um penetrar no mundo do outro.
Muitos pais trabalham para dar o mundo aos seus filhos, mas esquecem-se de abrir o livro da sua vida para eles.
Infelizmente os seus filhos só os vão admirar no dia em que eles morrerem. Porque é fundamental para a formação da personalidade dos filhos que os pais se deixem conhecer?
Porque essa é a única maneira de educar a emoção e criar vínculos sólidos e profundos. Quanto mais inferior é a vida de um animal, menos dependente ele é dos seus progenitores. Nos mamíferos, há uma dependência grande dos filhos em relação aos pais, pois eles necessitam não apenas do instinto, mas de aprender experiências com os seus pais para poderem sobreviver.
Na nossa espécie essa dependência é intensa. Porquê? Porque as experiências aprendidas são mais importantes que as instintivas. Uma criança de 7 anos é muito imatura e dependente dos seus pais, enquanto muitos animais da mesma idade já são velhos.
Como ocorre essa aprendizagem? Eu poderia escrever centenas de páginas sobre o assunto, mas neste livro comentarei apenas alguns fenómenos envolvidos no processo. A aprendizagem depende do registo diário de milhares de estímulos externos (visuais, auditivos, tácteis) e internos (pensamentos e reacções emocionais) nas matrizes da memória. Anualmente arquivamos milhões de experiências. Diferentemente dos computadores, o registo da nossa memória é involuntário, produzido pelo fenómeno RAM (Registo Automático da Memória)
Nos computadores, decidimos o que registar, na memória humana, o registo não depende da vontade humana. Todas as imagens que captamos são registadas automaticamente. Todos os pensamentos e emoções – negativos ou saudáveis – são registados involuntariamente pelo fenómeno RAM.
Augusto Cury, in pais brilhantes, professores fascinantes