Em paz...

Suspiros

Parece que incendeia o céu

tal é a força antes de se deitar.

parece até que quer dizer:

não quero ir, quero ficar.

Mas o sol é como nós

também precisa de viajar

Deixa o céu de um lindo laranja

e outros sítios vai iluminar.

Por muito que eu goste do sol

da sua luz quente e brilhante

deixo-o ir e abraço a lua

que também tem uma luz apaixonante.

Dizem que ilumina os apaixonados

quando ela vem aparecem os vampiros

quando o sol se vai e a lua vem

encontram-se, e apaixonados, soltam suspiros.

Cristina

A onda bate na rocha

O mar bate na rocha

e quem se lixa é o mexilhão

diz o povo que tudo sabe

e que quase sempre tem razão.

Mas também é um espetáculo lindo

ver nas rochas o mar bater

ondas grandes com muita força

que a rocha firme vai conter.

Às vezes são tão fortes

que a rocha conseguem galgar

e lá vem a água do mar

a nossa alma lavar e acalmar.

Cristina

Caminhos

Às vezes são sombrios

os caminhos que nos esperam

mas só há sombras se houver raios luz

que por entre as árvores romperam.

Sempre com força e muita fé

os caminhos vamos percorrer

deixar a luz iluminar

a nossa força de viver.

E as sombras até têm sua graça

E, do outro lado, o sol brilha tanto

saltitando lá vamos nós

percorrendo caminhos cheios de encanto.

Cristina

A menina iluminada

Lá vai o sol, lá se vai pôr

e a menina contempla sorrindo

o sol que iluminou o dia

no horizonte, devagarinho, vai caindo.

Não sem antes incendiar o céu

e aquela menina iluminar

ele vai para outras paragens

mas antes, os sonhos da menina quer abençoar.

Amarelo, laranja, vermelho e até roxo

Fica o céu antes de escurecer

e a menina, olhando, sorri

Feliz, por toda aquela beleza poder ver.

Vai dormir minha menina

que os teus sonhos a lua vai vigiar

porque, quando o sol voltar a nascer

De certeza que os vai iluminar.

Cristina

O menino

Entrando devagarinho

vai o menino feliz

olhando sempre em frente

vai confiante o petiz.

Na transparência da água

ele confia para pôr o pé

assim tem que ser na vida

confiar, às vezes, sem ver, até.

Olhando o horizonte, lá vai o menino

mergulhar naquele cantinho

agradecendo a Deus aquela beleza

entra na vida, abraçando-a com carinho.

Como o menino devemos ser

abraçar a vida confiando

que o universo conspira a favor

porque tem Deus no seu comando.

Cristina

Abrir caminho

O mar bate na rocha

tanto bate até que fura

abre caminho e por ela entra

entra e banha a rocha dura.

Persistente é o meu mar

tenho que aprender a lição

tentar, tentar até conseguir

e à vida abrir o coração.

Cristina

No silêncio do azul profundo

Acho que foi o dia mais feliz da minha vida. Os meus poemas deram uma história... a história virou livro... e o livro fez acontecer um dia caído dos céus. Obrigada a quem me acarinhou e a quem me apoiou.Espero que gostem do bocadinho de mim que no meu livro deixei transparecer.

Agradeço a Deus por me ter proporcionado um dos dias mais felizes da minha vida.

Ao vento

Cabelos ao vento

ao pé do meu mar

cabeça arejada 

caracóis a voar.

É tão bom deixar fluir

sentir o vento me envolver

a percorrer os meus cabelos

e os maus pensamentos varrer.

A brisa percorre o mar azul

pequenas ondinhas começam a despontar

Dá vontade de naquele manto me deitar

e deixar-me adormecer a balançar.

Cristina

Pontes

Era uma vez um ribeiro

Que dois mundos separava

Bem se queriam juntar

Mas cada um, sozinho, chorava.

Era uma vez uma ponte

Que dois mundos unia

Atravessando essa ponte

Eu sonhava e sorria.

Quando um ribeiro separa

Há sempre uma ponte a unir

Ter coragem para atravessar

Sempre a confiar e a sorrir.

É importante descobrir as pontes

Para lá e para cá passar

Ainda que longe, a ponte une

Há sempre dois lados a juntar.

Cristina

Primaverando...

Ser feliz

Estar infeliz acontece

Ser infeliz é escolha tua

Dá um banho na tua alma

Despe a alma e deixa-a nua.

Dá um trabalho imenso

Ver além da tristeza

Ao entrares nessa bolha triste

Vais ser triste de certeza.

Escolher ser feliz não é fácil

É mais fácil na inveja ficar

Arregaça as mangas e procura

Além da dor as coisas boas olhar.

Há sempre uma luz ao fundo do túnel

Desvia as sombras do teu olhar

A luz pode ser fraca mas está lá

Corre, e a felicidade vais abraçar.

Cristina

É preciso arriscar

Às vezes arricar a vida 

É tudo o que podemos fazer

Não podemos parar

Porque parar é morrer.

Nem todos entendem

Que é preciso o mar enfrentar

Respeitando as ondas fortes

Para viver é preciso arriscar.

Cristina 

Sem medos

Esteve ali parada

De vez em quando até piava

Deixou-se ficar sentindo a brisa

Calmamente o mar olhava.

Não sei o que ela pensava

Mas a pensar fiquei eu

Queria ser como aquela gaivota

Voar entre o mar e céu.

Será que ela ía saltar?

Eu queria com ela saltar

Mergulhar no mar dos meus sonhos

Para depois os fazer voar.

De repente agitou as asas

Voltou a cabeça e para mim olhou

Eu levo os teus sonhos a Deus

 Disse a gaivota, que sem medos voou.

Cristina

Era uma vez uma lua

Era uma vez uma lua

Que lá no céu espreitava

E eu, que tantas vezes por lá ando

Por baixo de uma árvore sonhava.

Não preciso de avião

Apenas de me deixar levar

Na lua gosto de andar

É lá que me ponho a sonhar.

Debaixo daquela árvore

A lua quis agarrar

Pedi aos ramos esticados

Que a fossem lá buscar.

Cristina

Felicidade

Ali no horizonte

Há uma linha a brilhar

Onde o mar e o céu se tocam

E eu fico ali a olhar.

Onde o céu e o mar se tocam

Onde o céu vai beijar o mar

É na linha do horizonte

Que eu tenho que mergulhar.

É ali naquela linha

Que a minha alma vai voar

Fecho os olhos e naquele voo

Na felicidade vou-me banhar.

Cristina

Crinas ao vento

Fui ver o mar

Como prata ele brilhava

Naquelas ondas brancas

A minha alma lavava.

As ondas do mar subiam

E no mar de novo mergulhavam

Pareciam cavalos brancos

De crinas ao vento galopavam.

Fiquei ali a sonhar

Que naquelas crinas eu ia

Nelas subia e voava

Mergulhava e corria.

E enquanto elas corriam

Pelo mar a cavalgar

Fechei os olhos e deixei

O mar prateado me banhar.

Cristina 

Da janela do meu carro

Da janela do meu carro

Vi o inverno bem pegado

As árvores estavam nuas

E o vidro todo molhado.

Apesar de eu não gostar

Há magia nesta cena

Sem água não há vida

Ver chover valeu a pena.

Aqueles braços estendidos

Cada gota vão apanhar

Quando vier o calor

Nova vida vai começar.

Cristina

Num grande emaranhado

É uma rede, uma teia

É um grande emaranhado

É uma teia de sentimentos

Num coração apertado.

É uma árvore despida

Na primavera vai rebentar

Folhas verdes vão nascer

É preciso acreditar.

Neste grande emaranhado

Há um sol a despontar

Por entre as nuvens ele teima

Em continuar a brilhar.

Nesta vida emaranhada

Há sempre nuvens a aparecer

Mas o sol teima sempre

Em sorrir e aquecer.

Cristina

O fogo ardeu no mar

Era um fogo

Que tudo queimava

Queimava-me a garganta

Mas em silêncio eu gritava.

Toda a minha paciência

Aquele fogo consumia

Tinha que conseguir

Era tudo o que eu queria.

No silêncio do azul profundo

Daquela prisão me libertei

O fogo ardeu no mar

E eu consegui o que sonhei.

Cristina

Indiferente

É assim o meu mar

Nas rochas a bater

Selvagem e perigoso

Indiferente ao que pode acontecer.

Às vezes é calmo e azul

Mergulho nele a sorrir

Às vezes é calmo e prateado

Naquela luz me deixo cair.

Tenha a cor que tiver

Com ele eu vou sempre falar

Alegre por me ver

Fica ali sempre a escutar.

Calmo e tranquilo

Selvagem e bravo

É ele que me escuta

É nele que a minha alma lavo.

Cristina