terça-feira, 6 de outubro de 2009

Balançar



Pedes-me um tempo,

para balanço de vida.

Mas eu sou de letras,

não me sei dividir.

Para mim um balanço

é mesmo balançar,

balançar até dar balanço

e sair..

Pedes-me um sonho,

para fazer de chão.

Mas eu desses não tenho,

só dos de voar.

Agarras a minha mão

com a tua mão

e prendes-me a dizer

que me estás a salvar.

De quê?

De viver o perigo.

De quê?

De rasgar o peito.

Com o quê?

De morrer,

mas de que paixão?

De quê?

Se o que mata mais é não ver

o que a noite esconde

e não ter

nem sentir

o vento ardente

a soprar o coração...

Prendes o mundo

dentro das mãos fechadas

e o que cabe é pouco

mas é tudo o que tens.

Esqueces que às vezes,

quando falha o chão,

o salto é sem rede

e tens de abrir as mãos.
Pedes-me um sonho

para juntar os pedaços

mas nem tudo o que parte

se volta a colar.
E agarras a minha mão

com a tua mão e prendes-me

e dizes-me para te salvar.

De quê?

De viver o perigo.

De quê?

De rasgar o peito.

Com o quê?

De morrer,

mas de que paixão?

De quê?

Se o que mata mais é não ver

o que a noite esconde

e não ter

nem sentir

o vento ardente

a soprar o coração.


Mafalda Veiga

Esta canção é tão linda e diz-me tanto que nem tenho comentários, pois tudo o que pudesse dizer já estaria no poema. Viver é uma aventura!

1 comentário:

  1. A vida é uma aventura e tu és uma aventureira.Aproveita bem pois tu mereces ser feliz.Beijinhos

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